sábado, 3 de outubro de 2009

A Paz do seu Sorriso


Recolhida, no meu próprio silêncio, observo a noite e seus murmúrios.
A lua prateada nos céus, as diáfanas nuvens que a envolvem e desvelam, sucessivamente, os carros que passam em direções diversas, a vida que pulsa de diversas formas ainda a esta hora e sempre!

Meus olhos buscam a linha do horizonte, confundem-se com a copa das árvores enquanto minha mente salta até seu rosto e se pergunta o que fará agora: lerá um bom livro, periódico ou verá televisão? Ouvirá, como eu, o sussurro da noite escondida entre caixas de tintas, pequenas asas de aeromodelos, passos de crianças, reuniões de família?

Quase nada sei de sua rotina, de sua vida, do que faz ou gosta de fazer. Nossos mundos interceptam-se em fugazes, intensos, momentos. Eternidades que duram minutos, segundos cheios de brilho incandescente capazes de alimentar a alma até que se possam repetir.
Então me lembro do seu rosto sorridente, dos seus olhos brilhantes, das suas mãos firmes, tão decididas ao volante quanto num delicado carinho. Penso no seu abraço protetor e suave e nas vezes que ouvi tons de tristeza maculando a beleza cristalina da sua voz...

Há muito tempo sei dos seus gracejos, como sei do seu tom de comando. Da sua bondade e da sua justiça, da sua parcial imparcialidade, características que a cada dia, mais e mais, me fazem admirar você e seu rosto me surge diante dos olhos, emoldurado pelas palmas de minhas mãos e o menino que caçava onças está ali, atrás das suas retinas.
Quem seria capaz de entender a alegria que se instala no meu peito ao observar-lhe assim? Ao ver-lhe sorridente menino cujo time de futebol conquistou o campeonato?

Quem entenderia a alegria que me enche o peito ao ver seu sorriso escondido nos seus olhos, seu corpo largado, cansado e feliz, e a gargalhada contida que escorrega pelo canto dos seus lábios?
Nada além de um instante e mal lhe percebo ali, querendo saltar exuberante, já você novamente se reveste estendendo o braço conciliador, protetor e num sorriso me aconchegando e seus olhos fechados, seu rosto em perfeita harmonia me transportam a uma sensação de suavidade e ternura que nunca antes experimentei.

É nestas horas que entendo o que seja a paz que todos almejamos e pouquíssimos temos a possibilidade de encontrar ou desfrutar por minutos que seja.
Nestes momentos entendo que a paz pode estar contida num sorriso, num abraço, nos olhos fechados ou num rosto sereno.
A paz, para mim, reside num rosto de homem que sorri pelos olhos!

Thamar

Um comentário:

  1. Irmã amada, idolatrada, salve salve! Como sempre, é um grande privilégio ler seu coração. Grande beijo.

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