sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Insopitável


Muitas imagens me chegam à mente, dançam como labaredas de uma fogueira ardente, misturam-se como as cores de uma palheta louca.

O corpo esguio, pelo ângulo observado, a aparência túrgida dos músculos a flor da pele, os cabelos suaves, levemente desalinhados e o cheiro da pele capaz de resistir a qualquer banho ou perfume.

Assalta-me a lembrança do filme perfume de mulher – mais uma seqüência de imagens – e asseguro a mim mesma que deveria ser feito um filme chamado perfume de homem. Eu indicaria você para ser o principal personagem. Perfume de homem ou a sinfonia de uma sedução.

Perco-me pelos cheiros, pelas imagens, por tudo que representa o prazer sensorial da sua presença, por tudo que significa o prazer surreal, sutil e emocional de estar em tão bela companhia e uma ânsia crescente e quase insana surge em mim.

Queria beijar-te a boca nesse exato momento. Beijar-te sofregamente até perder os sentidos, evadindo-me da consciência da realidade para existir apenas e tão somente na sensação crescente de ser possuída pela sua boca, explorada pelas suas mãos, arrebatada por esse redemoinho que se apossa dos corpos no fogo da paixão.

A insanidade cresce e toma conta de mim. Fecho os olhos tentando afugentar o que me vem de mais forte: a imagem do teu corpo sobre o meu! Belíssimo espécime de homem a beijar-me o corpo como se fora rosa visitada por um faminto beija-flor.

O desejo cresce em ondas vertiginosas lembrando-me apropriada crônica lida ainda mais cedo. Insopitável é a palavra que se amoldaria perfeitamente pelo exótico que tem , pela propriedade do sentido, pela incoerência que dela exala.

Um insopitável desejo de aconchegar-me entre os teus braços entregando-te toda a feminilidade que há em mim, abrindo-te todas as entranhas, intimidades, porções de mim mesma para, sendo tua, pertencer cada vez mais a mim...

Estendo as mãos sem alcançar-te e que não estais aqui eu já sabia. Nada custa tentar o jogo do faz de conta que, como tantas e tantas vezes já instastes para que o fizesse. Não adiante, quero a ti, aqui ! Quero tuas mãos a medir a dimensão das minhas profundezas, os teus dedos a queimar-me a pele e a tua boca – ah, a tua boca tem um beijo indefinível – a arrebatar-me a consciência lançando-me numa espiral de puro prazer...

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