Durante dois terços do mês as pessoas correram como abelhas de uma colméia em ebulição. Azafamaram-se em torno do grande dia, buscaram enfeites, presentes, componentes para a ceia, roupas, sapatos, jóias... Pouquissimos pararam para refletir , para montar a festa no seu inteiror e enfim é Natal!
Chegado o dia, casas prontas, roupas prontas , presentes nas árvores e crianças ansiosas...Ceia servida, presentes entregues, um festival de papéis rasgados...Crianças sonolentas, adultos cansados, pratos sujos e o que restou do Natal? A esperança de que o próximo ano seja melhor, que Papai Noel seja mais generoso, que possamos passar a ceia a bordo de um transatlantico???
O Natal tem que existir primeiro dentro de você do seu coração...Lembro da minha infancia e de minha avó. Em sua casa não havia tradição de ceia, havia, sim, um jantar melhor a meia-noite, mas era algo infinitamente diferente do que hoje se chama ceia. Eu costumava ir para a casa da irmã mais velha do meu pai, passavamos lá o começo da noite, até a missa.
Minha tia morava na cidade, minha avó na fazenda, então íamos para a cidade e eu brincava feliz na roda gigante, nos barcos puxados por cordas grossas, nas ruas da pequena cidade. Depois subia a rua e me sentava com um monte de primos na calçada da igreja para assistir a missa de Natal a qual nenhum de nós prestava muita atenção, mas assistiamos piamente e desciamos a ladeira com a sensação de dever cumprido. Na casa de minha tia se estourava um champanhe, se abria alguma bebida, sempre inacessivel a nós, crianças, e se jantava...
Diga-se de passagem que minha tia cozinhava muito bem! E suas sobremesas? Eram verdadeiras iguarias do olimpo, manjar dos deuses. Eu voltava para a fazenda dormindo, cansada, feliz e acordava sobressaltada sem a certeza absoluta que Papai Noel houvesse passado por la, mas sempre encontrava uma profusão de brinquedos, um mundo de sonhos e minha avó ali, a perguntar ingenuamente o que ganhei, a compartilhar minha felicidade de criança, a dar-me aquele alimento indispensável a alma: amor!
Nos Natais de hoje é tudo tão diferente e já adulta ainda sinto saudades da casa de minha avó acordando cedo para descobrir os presentes, da casa de minha tia e suas comidas, das missas na calçada da igreja...Sinto saudades dos meus Natais que já não existem mais!
Querida irmã, que natal saudoso. Melhor seria se comemorássemos todos os dias como um verdadeiro presente. Quem disse que temos que esperar o Natal pra comer rabanada? A árvore deve estar montada sempre dentro de nós. E as luzes acesas nos nossos sorrisos diariamente. E os presentes, ah, quem precisa de papai noel quando temos amigos como vc??? Bjs.
ResponderExcluirPresente, mesmo, é ter uma amiga irmã como vc! bjs
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